quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Marcas


Segunda Guerra Mundial

Lendo as noticias e vendo uma foto no jornal dos restos da Europa, que havia sido palco da primeira guerra mundial, eu fiquei sentada na varanda de casa, meus olhos eram tristes e eu estava pálida, pois não tinha notícias de minha mãe.
Eu e meu pai éramos as únicas raízes da família, pois meus avós já haviam falecido há anos, e meus pais eram filhos únicos. Lembro-me que ele sempre dizia que mamãe iria voltar, e por mais que não fosse verdade as suas palavras sempre me plantavam uma esperança de reencontra - lá.
Com o passar do tempo não falamos mais no assunto, pois desde 1939 quando mamãe desembarcou para a Polónia em busca do meu irmão Jack que tinha ido á procura de trabalho há alguns anos, mas queria voltar pra casa por causa da guerra. Depois da nossa despedida no aero porto nunca mais tivemos noticias de nenhum dos dois. Não foi fácil para mim que na época tinha 17 anos e muito menos para meu pai.
Estávamos em 1945, meu sonho estava preste a se realizar, em breve me tornaria enfermeira, assim como os meus pais foram. Sempre me lembrava das palavras da minha mãe, pois ela sempre dizia que jamais iria me deixar seguir a carreira de enfermeira, mas essa era a minha natureza e estava no sangue.
A guerra parecia estar próxima de seu fim, pois as tropas soviéticas invadiram Berlim e os alemães se renderam, eu estava com medo, pois sabia que meu país faria de tudo para acabar com a Guerra. Ainda faltava o Japão para se render, já era de se imaginar que os Estados Unidos não teria piedade de colocar um fim em tudo, principalmente depois do ataque a Pearl Harbor, como eles terminariam isso ninguém imaginava. Mas também não demorou muito para descobrir, em 9 de Agosto daquele mesmo ano foram lançadas as duas bombas atômicas sobre Nagasaki e Hiroshima.
Foram milhares e milhares de mortos, as imagens das duas cidades era assustadora, não tão assustadora para me impedir de ir a Hiroshima como voluntária para cuidar dos sobreviventes. Aquela foi uma experiência única na minha vida, foram poucas as pessoas que conseguimos salvar das radiações que a bomba provocou, era triste e constrangedor ver tudo aquilo. Sempre que um dos meus pacientes não aguentava e morria eu me lembrava das palavras de minha mãe, foi então que comecei a entender o por quê que ela era contra a ideia de me tornar enfermeira. Havia momentos em que olhava nos olhos pacientes e me perguntava se a dor dos ferimentos poderia ser maior do que a dor de perder todos os seus familiares e amigos, pois por experiência própria eu sabia que perder alguém importante era como se estivessem arrancando uma parte nossa.
Após três anos em Hiroshima eu voltei pra meu lar e estar em casa foi um dos melhores momentos após tanto tempo. Mas ver de perto o estrago que a guerra provocou me modificou muito, eu já não era mais a mesma, porem continuava a me sentar na varanda de casa e ler as noticias do jornal todas as manhãs, com o mesmo olhar triste.

7 comentários:

  1. Eu escrevi essa história pra um trabalho de história, só que eu acabei fazendo mais que isso, essa é a melhor história que eu já escrevi, e promento que essa foi feita para que vocês possam ler e se entir dentro da história ao mesmo tempo, tanta coisa já aconteceu nesse mundo, coisas triste, felizes, injustar e sempre vai acontecer, essa só foi uma em milhares de histórias que ocorreram nessa tragedia da II Guerra, prometo de agora em diante tentar fazer textos mais felizes.. =D

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  2. é, essa histíoria é muito linda mesmo, vc chegou a me contar sobre ela.. foi um trabalho né? amiga.. vc não é obrigada a contar coias felizes, desde que sejam verdadeiras aí sim, tudo bem.. rsrs bjko!

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  3. Uma ótima história, Lu. Gostei! Você escreve bem :) Beijos!

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  4. lu, ameei sua historia as pessoas não ficam com vontade de parar.bjs

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  5. Luh...
    Sua história é simplesmente linda!!!
    de verdade!!!
    Publique um livro que eu compro...

    Bjuss
    ;D

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